ANEL EM DESTAQUE NO ‘JORNAL DE NOTÍCIAS’

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Na edição do Jornal de Notícias que chegou às bancas no dia de finados, o presidente da ANEL, Carlos Almeida, foi ouvido sobre um tema de grande importância para o sector funerário: o aumento exponencial que as cremações têm vindo a conhecer na última década, e que foi tema de destaque de primeira página dessa edição.

É esse artigo que transcrevemos de seguida.

 

AUMENTO DE 200% NAS CREMAÇÕES NA ÚLTIMA DÉCADA

Existem 29 crematórios no país. Empresas lutuosas alertam para falta de regulamentação. Lisboa e Porto lideram: média do país é de 19%

 

Nos últimos dez anos, o número de cremações realizadas em Portugal cresceu cerca de 200%: passaram de 6900 para 20.200, entre 2008 e 2018. A procura aumentou e estes equipamentos foram sendo instalados nos cemitérios. Lisboa e Porto são as cidades onde mais se opta por esta solução, enquanto nas zonas mais rurais a preferência mantém-se pelos funerais tradicionais. Existem 29 crematórios no país.

O primeiro crematório do país foi instalado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em 1925. Encerrado durante 51 anos, reabriu em 1985. Face à incapacidade de dar resposta à procura, a autarquia instalou um segundo forno, em 2002, desta vez, no cemitério dos Olivais, e, sete anos depois, o terceiro, no mesmo espaço. Em 2017 foram cremadas 3641 pessoas e, no ano passado, 3868.

Lisboa é a cidade onde a cremação é mais comum: 57% dos funerais. Apeasr disso, prevê-se que esta percentagem estabilize, tendo em conta “a abertura de inúmeros fornos crematórios na grande Lisboa”, explica fonte da autarquia. No Porto também existem três fornos, embora o único municipal, seja o do Cemitério do Prado do Repouso, onde forma realizadas 1208 cremações em 2017 e 1363 no ano passado. A previsão é que continue a aumentar.

A nível nacional, a percentagem de cremações, em 2018, foi de 19%, e a expectativa é que atinja os 22% no final deste ano. Mas é um facto que o aumento do número de crematórios veio possibilitar o acesso a um ritual funerário alternativo a mais pessoas, por outro lado, esta situação constitui uma preocupação para o presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), Carlos Almeida.

Mais crematórios que mortos

“Receio que venham a existir mais crematórios que mortos, ironiza o dirigente associativo, que se tem batido pela criação de regulamentaçãoo nesta área. Carlos Almeida defende que devia ser obrigatório efetuar um estudo de mercado, antes de se instalarem crematórios. E denuncia que estão a ser abertos sem critério, por não implicarem custos para os municípios, que não querem ficar atrás dos concelhos vizinhos.

Embora não existam estudos sobre o motivo que leva as pessoas a optarem pela cremação, Manuel Capelas, investigador da Universidade Católica, especialista em perda e luto, questiona se a cremação não será uma forma de evitar uma ligação à pessoa que morreu, uma vez que se deixa de sentir obrigação de ir ao cemitério. “A cremação é uma forma de não reavivar algumas memórias”, afirma. “Não há um desligar efetivo, mas não há o ritual da lembrança”.

“A cremação é uma opção mais limpa, pela ausência de manutenção de sepulturas, evitando recurso às exumações e à conservação de ossadas, levando a um processo de luto mais rápido e menos doloroso”, justifica fonte da Câmara do Porto. “Evita ainda que as famílias fiquem condicionadas à manutenção de uma sepultura (limpeza, colocação de flores e deslocações), podendo perpetuar as cinzas num espaço mais aprazível”.

Artigo no site do jornal, aqui.