NA CHINA O BOOM IMOBILIÁRIO JÁ CHEGOU ÀS SEPULTURAS

NA CHINA O BOOM IMOBILIÁRIO JÁ CHEGOU ÀS SEPULTURAS


Terrenos para sepulturas custam o dobro do valor do metro quadrado das casas, por exemplo, em Shenzhen. Em três anos, subiram 41%.

Na China, o metro quadrado de terreno para sepulturas já custa mais de 14 mil euros (112.545 yuans). Na prática, trata-se do dobro do valor do metro quadrado em 70 cidades chinesas que, em 2017, era de cerca de 7 mil euros (56.196 yuans). São números de 2017 da Fu Shou Yuan International Group Ltd (que significa “jardim da longevidade sortuda”), a maior cotada chinesa no setor das sepulturas e instalações para funerais, noticia a Bloomberg. Em três anos (do primeiro semestre de 2015 ao primeiro de 2018), o custo médio de uma sepultura da empresa aumentou mesmo mais de 41%, enquanto o metro quadrado das habitações cresceu 23% no mesmo período.

De facto, de acordo com os dados da empresa, nos últimos três anos, o crescimento do preço das sepulturas por metro quadrado foi sempre superior ao das casas. Este ano subiram 7% em relação a 2017 e o das casas 5,8%. Uma diferença modesta na taxa de crescimento mas, na mesma altura, em 2017 as sepulturas subiram 21% e as casas ficaram-se pelos 9,6%. A Fu Shou Yuan vendeu mais de 6 mil sepulturas no primeiro semestre deste ano. Em declarações à Bloomberg, Hao Hong, chefe de estratégia na Bocom International Holdings Co, refere que “a disponibilidade de espaço é muito limitada” e “chegámos a ouvir histórias de pessoas que compraram apartamentos em Xangai para guardar restos mortais em vez de sepulturas dispendiosas.” Como o mercado de terrenos para sepulturas tem escapado aos reguladores chineses, a especulação e a subida de preços são mais fáceis de acontecer. Recorde-se que o mercado imobiliário chinês é regulado e representa, direta e indiretamente, até 30% do Produto Interno Bruto do país. De acordo com dados do Banco Mundial, em 2016, a taxa de mortalidade (mortes por 1.000 habitantes) na China foi de 7 e a sua população chegava aos 1.386 milhões de habitantes, ou seja, foram registados cerca de 9,7 milhões de óbitos num ano, que se espera que continuem a tornar-se mais comuns dado o envelhecimento da população.

Fonte: Dinheiro Vivo