DECIDIR É DIFÍCIL, FÁCIL É OPINAR

DECIDIR É DIFÍCIL, FÁCIL É OPINAR


As crises sanitárias provocadas por doenças infetocontagiosas põem em evidência que o setor funerário é o último elo da cadeia de saúde pública.

É imprescindível considerar que o setor esteja incluído na cadeia sanitária com protocolos de atuação bem definidos, desde o primeiro momento.

Desde logo, a informação deve ser clara e sem alarmismos. É fundamental que não existam múltiplos porta-vozes e evitar passar mensagens incompletas ou contraditórias.

A forma como se explica e gere a crise é determinante para que transmita às pessoas e entidades uma mensagem de controle da situação.

Em situação de crise sanitária, a prevenção de riscos deve ser enfrentada com protocolos de atuação que contenham medidas inequívocas e específicas que orientem (sem discussão ou margem interpretativa) todos os profissionais que intervêm nos procedimentos.

Um aspeto vital, é que os certificados de óbito (guias de transporte) emitidos contenham toda a informação e advirta com verdade e de forma explícita o perigo de contágio.

A ANEL alertou para a falta de informação e descoordenação das autoridades sanitárias competentes. O resultado de não ter existido uma voz de comando e elaborada uma Norma completa, criteriosa e objetiva sobre todos os aspetos da atividade funerária, originou decisões desgarradas e não uniformes por parte das Câmaras Municipais e serviços de proteção civil municipais. Aliás, na maior parte dos municípios as medidas “impopulares” de, por exemplo, a decisão de proibição de realização de velórios nunca foi assumido, deixando esse ónus para um raciocínio lógico interpretativo que resultava da leitura atenta de vária legislação.

Em resumo, o sucesso das medidas preventivas continua a depender essencialmente da colaboração dos cidadãos e das instituições, públicas ou privadas. Perante a pandemia, é importante incentivar e salvaguardar o papel específico das agências funerárias, tanto no aconselhamento e apoio dos enlutados, como no combate à disseminação do vírus.

Estou convicto que o grupo de trabalho do qual faço parte, decidiu sempre bem no conjunto de recomendações contidas nos Guias que fizemos aos associados,  porque decidir é difícil, dar opiniões é facílimo…

Carlos Almeida | Presidente da Direção